18.6.07

Campinas e o Encontro com Salvador

Seguindo a tour Balanço 07, aportamos em Campinas. Atrasos na viagem, cansaço acumulado, alguns problemas técnicos e aí acontece o que o Espião sempre diz "Merda, tem um limite pra acontecer", resultado?

Um dos melhores shows da turnê (várias datas seguidas é assim, parece que vai aquecendo). Platéia extremamente receptiva, show impecável técnicamente, e ainda com aparição surpresa do Jorge Du Peixe que invadiu o palco e cantou a parte dele na Zulu/Zumbi.
A partir desse momento foi 220V e a gente só teve que fechar a fatura com Vô Q Vô e deixar o palco pra Nação.

Nação que vinha de Itabira e que pelo horário e o cansaço, acabou subindo ao palco sem passar o som e fez um dos shows mais rock n roll dos 3 da turnê. Show aliás que a cada noite é único. Não é à toa que os caras se tornaram com o passar dos anos uma das bandas que mais merecem respeito nesse país.

E voltando à Sampa, domingão é dia de se encontrar com o Salvador!

Indo na Igreja, ou ao culto?

Não, indo ao SESC Pompéia, encontrar os amigos e assistir Dom Salvador e seu quarteto, formado pelo próprio ao piano acompanhado de Duduca da Fonseca (bateria), Sérgio Barroso (contrabaixo acústico) e do americano Dick Oatts (saxofones tenor, barítono e flauta).

Uma lenda do Samba Jazz brasileiro, acompanhou vários artistas brasileiro com o seu Rio65 Trio e foi um dos criadores do grupo Abolição formado apenas por músicos negros, um dos precurssores do movimento Black Rio.

No show apresentou músicas de seu repertório como a lírica Rio Claro, dedicada a sua terra natal. Salvador e seu quarteto, mostraram que é possível unir a concepção harmônica do jazz, à música brasileira. A boa cozinha formada por Sérgio Barroso e Duduca servia de cama, pra improvisos ferozes de Salvador, que deu uma aula de ritmo, dinâmica e percorrendo todo o piano, mostrou as inúmeras abordagens que o instrumento proporciona.
Dick Oatts ficou com o papel de executar as linhas melódicas dos temas de Salvador, mas quando foi chamado a improvisar, mostrou a que veio, mostrando uma técnica muito boa ao tenor.

Depois de mais de 1 hora de show, Dom se despediu de uma platéia que o aplaudia de pé, e na sequência, volta pra um bis, e lança um tema de forte inspiração no choro. Na sequência, os outros músicos se juntam a ele, num Samba Jazz acelerado Duduca da Fonseca nos dá uma aula de como se tocar com as vassourinhas, alternando vários padrões rítmicos entre os espaços deixados pela banda, num jogo de pergunta e resposta interessante.

Todo mundo tem um Dom Salvador. O de Salvador foi salvar meu domingo.

Um comentário:

Gurila Mangani disse...

Eu ia no show da naçao em itabira....dei mole...Mas ae,Naçao & Mamelo seria uma boa aqui em bh ein....


http://gurilamangani.blogspot.com