Sorte de Hoje
"A vida é uma droga, mas passa rápido".
"A vida é uma droga, mas passa rápido".
Woody Allen
O Inverno chega e com ele, uma certa melancolia. Tempo de repensar a vida, a arte que faço, perceber as mudanças que a gente vai sofrendo com o decorrer dos anos.
Inadequação. Essa palavra me persegue. Talvez minha arte seja um veículo pra eu expressar minha inadequação nesse mundo estranho que a gente vive. Acabo de ler um romance policial (muito ruim por sinal), mas que me fez pensar algumas coisas. De como a gente nega uma série de coisas, e na essência, no fundo no fundo, tá apenas evitando um comprometimento.
O processo de fazer um disco pra mim (e olha que nunca fiz um meu de verdade), acaba sendo sempre um parto bem doloroso. Na época do Ascendência Mista isso já tinha acontecido. Possibilidades infinitas, a autocrítica sem fim, a total falta de perspectiva (de lançamento decente por exemplo). Aí, terminado o processo, vem uma ressaca ou depressão pós parto, se você preferir, e ela acontece exatamente no momento que você tem que começar a "trabalhar o disco", fazendo shows, divulgando, etc...
Somado a tudo isso o processo de se fazer um disco faz a gente reavaliar uma série de coisas, inclusive repensar qual vai ser o próximo passo.
O Inverno chega e com ele, uma certa melancolia. Tempo de repensar a vida, a arte que faço, perceber as mudanças que a gente vai sofrendo com o decorrer dos anos.
Inadequação. Essa palavra me persegue. Talvez minha arte seja um veículo pra eu expressar minha inadequação nesse mundo estranho que a gente vive. Acabo de ler um romance policial (muito ruim por sinal), mas que me fez pensar algumas coisas. De como a gente nega uma série de coisas, e na essência, no fundo no fundo, tá apenas evitando um comprometimento.
O processo de fazer um disco pra mim (e olha que nunca fiz um meu de verdade), acaba sendo sempre um parto bem doloroso. Na época do Ascendência Mista isso já tinha acontecido. Possibilidades infinitas, a autocrítica sem fim, a total falta de perspectiva (de lançamento decente por exemplo). Aí, terminado o processo, vem uma ressaca ou depressão pós parto, se você preferir, e ela acontece exatamente no momento que você tem que começar a "trabalhar o disco", fazendo shows, divulgando, etc...
Somado a tudo isso o processo de se fazer um disco faz a gente reavaliar uma série de coisas, inclusive repensar qual vai ser o próximo passo.
A gente passa a vida se medindo pela régua do outro, olhando pra fora ao invés de olhar pra dentro. Descobri que a porta do mundo, no meu caso, tá dentro de mim. A maioria das pessoas que eu conheço que faz rap, fica se questionando (alguns fãs inclusive), o porque do rap "alternativo" simplesmente não alcança um público maior.
Posso aqui criar um milhão de teorias, botar a culpa em deus e o mundo, dizer que o rap no Brasil carrega um estigma ruim e que isso acaba prejudicando todo mundo, mas a real é bem mais simples.
A gente não tá comunicando. A gente não tá dizendo o que as pessoas querem ouvir. Não existe identificação, ou se existe é muito pouca. E quando digo o que as pessoas querem ouvir, não tô dizendo que a gente tem que nivelar por baixo.
Posso aqui criar um milhão de teorias, botar a culpa em deus e o mundo, dizer que o rap no Brasil carrega um estigma ruim e que isso acaba prejudicando todo mundo, mas a real é bem mais simples.
A gente não tá comunicando. A gente não tá dizendo o que as pessoas querem ouvir. Não existe identificação, ou se existe é muito pouca. E quando digo o que as pessoas querem ouvir, não tô dizendo que a gente tem que nivelar por baixo.
Se as pessoas passassem a ser um pouco mais honestas e falassem o que realmente querem, alguém ía querer ouvir.
São dois os caminhos a seguir. Um deles é o caminho da ruptura, da confrontação, da provocação, da subversão de valores o outro é o que fala direto à emoção das pessoas.
Não tenho visto nem uma coisa ou outra. Nem confrontação real, nem nada que seja relevante pro público, que faça com que as pessoas se identifiquem. Não sinto que os artistas, tem sido honestos nem consigo mesmos nem com o seu público. O que enxergo é gente fazendo música pra agradar "a cena" ou tentando descobrir fórmulas de agradar o público.
O inverno avança, e a melancolia cresce.
Matéria-prima é o que não falta.
A verdade é que eu só queria conseguir criar canções que emocionassem as pessoas, como eu me emociono ouvindo o novo Wilco, Blue Sky Blue.
Jeff Tweedy fez canções de amor, pop, singelas, de um amor que se foi, mas que ainda acreditamos que pode voltar e entrar pela porta a qualquer momento...
São dois os caminhos a seguir. Um deles é o caminho da ruptura, da confrontação, da provocação, da subversão de valores o outro é o que fala direto à emoção das pessoas.
Não tenho visto nem uma coisa ou outra. Nem confrontação real, nem nada que seja relevante pro público, que faça com que as pessoas se identifiquem. Não sinto que os artistas, tem sido honestos nem consigo mesmos nem com o seu público. O que enxergo é gente fazendo música pra agradar "a cena" ou tentando descobrir fórmulas de agradar o público.
O inverno avança, e a melancolia cresce.
Matéria-prima é o que não falta.
A verdade é que eu só queria conseguir criar canções que emocionassem as pessoas, como eu me emociono ouvindo o novo Wilco, Blue Sky Blue.
Jeff Tweedy fez canções de amor, pop, singelas, de um amor que se foi, mas que ainda acreditamos que pode voltar e entrar pela porta a qualquer momento...
Música atemporal. É de 2007 mas podia ser de 1977.
Ouvindo
Ouvindo
Música: On And On And On
Artista: Wilco
Álbum: Blue Sky Blue [2007]
Álbum: Blue Sky Blue [2007]